A indústria farmacêutica investiu R$ 38 milhões em ações socioambientais, sendo R$ 4 milhões dedicados exclusivamente ao meio ambiente. Foram realizadas 2.148 iniciativas de responsabilidade social em 2014, número três vezes maior que o ano anterior. Os dados constam no Relatório de Responsabilidade Social 2015, recém-lançado pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), com informações sobre 28 das 56 indústrias associadas.
Metade das participantes é de grande porte, com mais de mil funcionários. Cerca de 30% responde pela faixa entre 201 e mil colaboradores, enquanto o restante tem até 200 empregados. Juntas, as farmacêuticas empregam quase 27 mil pessoas. Todas as empresas têm sede no Brasil, sendo que 86% estão em São Paulo e 14%, no Rio de Janeiro.
“Neste ano, aderimos ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) – a maior iniciativa de responsabilidade corporativa do mundo. Isso sinaliza o compromisso das empresas de apoiar e aplicar, em suas esferas de influência, um conjunto de 10 princípios relacionados a quatro áreas fundamentais: direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção”, afirma Maria José Delgado Fagundes, diretora da Interfarma e responsável pelo relatório.
Um dos maiores desafios do setor no país é aumentar o acesso da população às terapias que precisa. Estima-se que metade dos brasileiros não consiga arcar com os custos de seus tratamentos, sendo que 75% deles dependam exclusivamente dos próprios recursos.
Diante disso, a indústria farmacêutica concentrou esforços em programas de acesso à população de baixa renda, em iniciativas para auxiliar as autoridades federais, estaduais e municipais na gestão dos recursos de assistência farmacêutica, além de campanhas de prevenção e conscientização ligadas ao tema. As iniciativas beneficiaram diretamente 10,2 milhões de pessoas.
No segmento ambiental, as farmacêuticas (82%) informaram possuir programas de gestão ambiental, com ferramentas para controlar e adequar as suas atividades. Cerca de R$ 4 milhões foram investidos no ano em processos e programas de gestão ambiental. A maioria (75%) das empresas estabeleceu metas específicas para os seus sistemas.
As ações para aumentar a eficiência ambiental tiveram como foco principal a redução do consumo de água (68%) e da geração de resíduos (57%). Os gastos com energia também estiveram em evidência (54%), assim como a redução dos gases causadores do efeito estufa (39%). Atualmente, o monitoramento da emissão de gases é feito por 64% das farmacêuticas.
As farmacêuticas participantes do relatório 2015 estiveram ligadas a 652 projetos de pesquisa clínica, sendo 323 estudos clínicos e 329 patrocínios de pesquisa. A pesquisa clínica é o primeiro passo para a inovação no setor farmacêutico e, no Brasil, as indústrias enfrentam o obstáculo da morosidade para aprovação dos projetos, que levam cerca de um ano para serem analisados – o dobro da média mundial.
Além da pesquisa, 81% das farmacêuticas buscaram inovar otimizando processos produtivos. O desenvolvimento de produtos foi adotado por 20% das respondentes, sendo que dois produtos novos foram desenvolvidos no país durante 2014.
Apesar da atividade voluntária ser baixa no Brasil, em torno de 11%, a indústria farmacêutica mobilizou cerca de 20% de sua força de trabalho em voluntariado. Foram 5.421 funcionários destinados a alguma atividade voluntária, segundo o Relatório de Responsabilidade Social 2015.
As indústrias (43%) também realizaram doações de vacinas e medicamentos para ONGs e postos de saúde. Em outras ações, as farmacêuticas (43%) doaram alimentos, brinquedos, computadores, roupas e outros produtos.
Fonte: Interfarma