No final de 2015, descrevi com base nos dados econômicos e políticos disponíveis, a minha avaliação sobre os Cenários previstos para 2016/17, com uma expectativa muito ruim, mas com a torcida de que eu pudesse estar errado.
Mas, infelizmente, eu não estava errado.
O que aconteceu em 2016 foi ainda pior do que eu esperava, pois embora parte do segmento representado por nós tivesse iniciado o ano com resultados positivos, o que o ano revelou, foram dificuldades cada vez maiores.
Todos tiveram que se adequar à este novo momento brasileiro, buscando redução de custos, como forma de manterem as suas operações em funcionamento.
Entre diversos instrumentos utilizados, as férias coletivas, fato raro no setor teve que ser utilizado.
As negociações para a renovação da Convenção Coletiva do Trabalho foram um árduo trabalho de negociação, onde contamos com a boa vontade e entendimento do Sindicato Laboral, que compreendendo a situação do País, permitiu-nos um acordo que buscou uma atualização dos salários e benefícios, compatível com a realidade.
A busca na manutenção dos empregos é fator crucial.
Note-se que em função da recessão que se abate sobre o País, o índice que mede a inflação está sendo trazido, para os patamares dentro do esperado.
Infelizmente, por recessão.
Os agentes políticos parecem viver em outro planeta, não entendendo ou não querendo entender o que o setor produtivo, as ruas, estão a questionar, e tratam os assuntos que afetam diretamente o sistema de produção do País, único gerador real de crescimento, em algo insustentável.
Não haverá investimento que gere o desenvolvimento, por parte dos agentes econômicos se não tivermos um equilíbrio na área política.
O que se nota, infelizmente, são as expectativas mais difíceis, para 2017 / 2018, neste campo, o que continuará a gerar as decisões sobre não investimentos.
Quem paga a conta são as classes assalariada e empresarial, pois com a redução ou não crescimento dos negócios, em ambiente de equilíbrio, a possibilidade da redução, ou perda do emprego torna-se cada vez maior.
O trabalhador, neste momento, não precisa de crédito financeiro sob a forma de empréstimo, mas de trabalho, para que possa gerar renda real e voltar a ter padrões mínimos de dignidade.
O pior é que não existe horizonte, saudável, para os anos de 2017 e 2018.
Na medida em que os governos federal e estaduais, não conseguem fazer o óbvio, que é a redução das suas despesas correntes, buscam apresentar a maneira mais “ simplista “ que é o aumento dos impostos, para uma economia já além da sua capacidade.
Novamente, volto a falar com fiz no final de 2015, esperando estar totalmente errado, e que possamos ter no decorrer do ano de 2017, uma reversão que nos permita investir, buscar novas formas de financiamento que acrescidos do capital próprio permita a retomada dos negócios.
Mas não podemos perder o otimismo e independente das expectativas citadas, continuar com a nossa luta, pois só ela é que nos permitirá vencermos este conjunto de ações negativas, dos entes políticos, que impactam o setor produtivo.
Henrique Thielmann
Presidente do Sinquifar/JF