Para incentivar vendas antes do aumento de preços dos remédios, farmácias realizam campanhas de comunicação alertando clientes. A corrida anterior ao reajuste elevou em até 15% a comercialização nos estabelecimentos.
O novo valor dos medicamentos para este ano deve ficar 2,43% mais caro, fechando no menor índice em 10 anos. O percentual oficial será divulgado pelo Ministério da Saúde, em 1º de abril, estabelecendo o teto a ser repassado aos consumidores.
Segundo Jandry Barreto, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Ceará (CRF-CE), o reajuste definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) pode até mesmo não ser repassado.
O cálculo da correção dos preços considera fatores como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produtividade da indústria farmacêutica, concorrência de mercado e câmbio. Cerca de 19 mil remédios estão sujeitos ao reajuste.
A vice-presidente comercial da Pague Menos, Patriciana Rodrigues, diz que a empresa deve segurar o valor do reajuste o quanto puder. Para incentivar clientes a aproveitarem o preço antigo, a rede enviou mensagens aos clientes que fazem parte do programa de fidelização, comunicado nas lojas e aos usuários de medicamentos contínuos. Nas semanas que antecedem o aumento, Patriciana observa o aumento de até 15% nas vendas.
Extrafarma também distribuiu comunicados nas lojas. “O aumento de preços de medicamentos previsto para este ano está abaixo da inflação dos últimos 12 meses, portanto não esperamos uma grande antecipação de compras”, complementa em nota ao O POVO.
Uma leitora relatou, sem se identificar, que a abordagem na Drogasil é informar que alguns preços já aumentaram e que a empresa está, mesmo assim, ofertando descontos. “A Drogasil informa que está avisando os seus clientes do reajuste”, diz nota da empresa.
A cantora litúrgica Solange Silva, 45, considera os preços atuais “caríssimos”. Ontem ela havia desembolsado R$ 120 em remédios. A depender do mês, os gastos chegam a R$ 500.
Na percepção da técnica de enfermagem Patrícia Gomes, 22, há uma disparidade entre os preços praticados pelas farmácias. Até seis meses atrás, a conta mensal dela com remédios era de no mínimo R$ 50 por conta do anticoncepcional.
Fonte: O Povo (CE) Online