A produção subiu 5,96%, melhor nível desde março, mas ficou 9,21% abaixo do patamar de agosto de 2018, tendo sido o quinto recuo mensal consecutivo na comparação com o ano anterior. O índice de vendas internas subiu 1,03% sobre julho, mas ficou abaixo 10,85% sobre agosto de 2018, terceiro resultado consecutivo negativo nessa comparação. Já a demanda interna, medida pelo CAN (consumo aparente nacional), que mede a produção mais importações menos as exportações, cresceu 7,4% em agosto deste ano, mas ficou 8% abaixo do resultado de agosto de 2018, sexto recuo consecutivo. O nível de utilização da capacidade instalada alcançou 70% em agosto, registrando melhora em relação ao mês anterior, quando foi de apenas 65%, mas ficou expressivos onze pontos abaixo do nível de operação de agosto do ano passado.
No acumulado de janeiro a agosto de 2019, sobre igual período do ano anterior, os resultados foram negativos e se intensificaram: o índice de produção caiu 4,32%, o de vendas internas teve recuo de 1,96% e o CAN apresentou declínio de 6,4%. A taxa de utilização da capacidade instalada ficou em 70%, sete pontos abaixo da registrada em igual período do ano passado, mantendo a ociosidade recorde de 30%, nível considerado inadequado para os padrões de produção em regime de processo contínuo do setor químico.
“Os números foram positivos em agosto, mas foram percebidos sobre uma base negativa de comparação dos meses anteriores e estão muito abaixo dos resultados alcançados em igual mês do ano passado. Portanto, ainda que as expectativas e perspectivas sejam positivas, a melhora é tímida e insuficiente para reverter os acumulados negativos dos meses anteriores”, avalia a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.
Nos últimos 12 meses, até agosto de 2019, sobre igual período imediatamente anterior, o índice de produção foi negativo em 5,22%, enquanto o de vendas internas exibiu recuo de 3,94%, enquanto o CAN apresentou declínio de 6,4% e a ocupação das plantas foi de 73% na média dos últimos 12 meses.
“Tradicionalmente, agosto dá início a um período de três a quatro meses consecutivos de melhora na atividade do setor. Mas a curto prazo existem incertezas em relação a como a economia nacional e a indústria química irão reagir à desvalorização do real, frente ao dólar, à volatilidade do petróleo, por conta das incertezas na Arábia Saudita e eventuais reações, bem como aos efeitos do ambiente conturbado entre Estados Unidos e China. Ademais, a economia nacional ainda não deu sinais de recuperação, frustrando as expectativas de muitos setores, que têm forte correlação com o desempenho do PIB”, analisa a diretora da Abiquim.
Fonte: Abiquim