A pandemia do novo coronavírus também afetou a produção e o preço de materiais como plástico e madeira. Há pessoas que dependem deles para trabalhar, mas têm encontrado desabastecimento e preços altos.
De acordo com o Sindicato da Indústria do Material Plástico de Minas Gerais (Simplast), do início da pandemia até agora, o aumento médio no valor foi de 45%.
O estado ocupa o quinto lugar no ranking de empresas do segmento de plásticos, com cerca de 680 indústrias e 18 mil empregados.
Pandemia afeta produção de plásticos e clientes sofrem desabastecimento
Com a Covid-19, houve impactos desde equipamentos de proteção individual (EPIs) dos profissionais da linha de frente da saúde até as embalagens dos pedidos de delivery.
Com a chegada da pandemia, a única fornecedora de matéria-prima de resina plástica no Brasil reduziu a capacidade de produção para 64%.
A microempresária de Belo Horizonte Izabela Fissicaro tem sentido esses efeitos. Ela produz marmitas saudáveis há sete meses e o negócio está indo, mas o que tem preocupado a empreendedora é a dificuldade em comprar embalagem.
“De dois meses pra cá a gente tem enfrentado dificuldades porque não é em todos os lugares que a gente encontra”.
E todo o processo de produção pode ficar mais caro. A luva de vinil e as etiquetas de papel encareceram também. Muitas empresas diminuíram a jornada de trabalho e estão entregando menos matéria-prima.
“Esse aumento de preços ultrapassou a casa dos 50%”, disse a presidente do Simplast, Ivana Serva Braga.
Izabela está fazendo uma obra para ampliar a cozinha e poder aumentar a produção, mas está enfrentando dificuldade para comprar outros materiais. Os canos para instalação hidráulica custaram o dobro do preço e portas e janelas de madeira também estão mais caras, e só vão chegar daqui a 60 dias.
“A gente fez orçamento no ano passado e os preços estavam mais em conta”, relembra Izabela.
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), metade das empresas de vários setores está com dificuldade de atender à demanda.
Além do plástico, materiais como madeira, metal, papel e até insumos para produtos de limpeza e higiene pessoal estão mais difíceis de ser encontrados.
“Esse desabastecimento, aliado ao aumento de preços, quem vai sofrer é o consumidor final”, avalia Ivana.
Para não pesar no bolso do consumidor, tem que ser criativo e organizado, como a Izabela. Ela falou que está fazendo toda a papelaria da empresa e um cardápio de acordo com a variação dos preços, sem repassar para os clientes.
Fonte: G1