As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 3,5 bilhões em janeiro de 2021, o que representa um aumento de 4,3% na comparação com janeiro de 2020, apesar de redução de 2,9% na comparação com o mês de dezembro passado. Em termos de quantidades físicas, as importações de praticamente 4,3 milhões de toneladas foram recorde para o mês em toda a série histórica de acompanhamento setorial da balança comercial, representando uma expressiva elevação de 23,1% em relação a janeiro do ano passado, com significativos aumentos em vários grupos de produtos, especialmente intermediários para fertilizantes (30,3%), resinas termoplásticas (28,7%) e químicos diversos (17,6%), em que pese um recuo de 6,9% na comparação com dezembro de 2020.
Já as exportações, de US$ 890 milhões, refletem as quedas nas vendas de produtos químicos, em valor, de 9% na comparação com o mês de janeiro do ano passado e de 11,7% em relação a dezembro de 2020. No mês, o volume de praticamente 1,3 milhão de toneladas, igualmente sinaliza retrações, de 10,4% em relação a janeiro de 2020, com consideráveis recuos nas quantidades físicas vendidas ao exterior de produtos químicos inorgânicos (-9,1%), de orgânicos (-13,3%) e de resinas termoplásticas (-27,6%), além de diminuição de 8,1% na comparação com dezembro passado.
O resultado da balança comercial para o primeiro mês do ano foi de um déficit de US$ 2,6 bilhões, recorde para meses de janeiro, e de US$ 30,6 bilhões nos últimos doze meses (fevereiro de 2020 a janeiro de 2021), mais evidências de que 2021 será um ano particularmente crítico para o setor e em que a agenda de competitividade terá papel central para toda a cadeia produtiva, com consequências enormes para milhares de empregos, para o futuro da indústria química nacional e para o modelo de desenvolvimento que o Brasil terá.
Para o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, dois itens possuem papéis particularmente indispensáveis na agenda imediata pela competitividade da indústria química: a manutenção do Regime Especial da Indústria Química – REIQ e o combate à concorrência desleal. “O REIQ é uma ferramenta fundamental para a sobrevivência do setor e sua manutenção é essencial para continuarmos a produzir enquanto não for feita a reforma tributária de que o Brasil tanto precisa para prosperar. Igualmente primordial, em nossa visão, é o combate à concorrência desleal com uma defesa comercial técnica e que aplique o interesse público de eliminar práticas irregulares e ilegais de comércio; preservando o mercado interno como um verdadeiro patrimônio nacional, conforme preconizado pela própria Constituição brasileira de 1988”, destaca Marino.
Fonte: Abiquim