A indústria farmacêutica pediu, nesta terça-feira (19/jul), às instituições internacionais que se preparem melhor para as próximas pandemias, insistindo na necessidade de estabelecer um sistema de acesso mais igualitário às vacinas e aos tratamentos.
A pandemia de covid-19 provocou grandes disparidades nos níveis de vacinação entre os países ocidentais – que se vacinaram rapidamente – e os países pobres, muito menos favorecidos neste âmbito.
“Mesmo agora, quando há abundância de vacinas disponíveis, muitos países têm uma taxa de vacinação de apenas 10% de sua população”, afirma à AFP Thomas Cueni, chefe da Federação Internacional da Indústria Farmacêutica (Ifpma), que lançou esta iniciativa.
Diante dessa situação, a Ifpma pede ao “G7, G20 e a todas as partes interessadas da comunidade mundial que desempenhem seu papel para garantir que os habitantes de todos os países tenham um acesso mais igualitário às futuras vacinas, tratamentos e diagnósticos contra as pandemias, independente de seu local de residência”, em um comunicado de imprensa divulgado nesta terça-feira.
“A indústria não pode agir sozinha, ela exige um contrato social. É preciso que os países ricos estejam dispostos a afirmar que não podem se abastecer exclusivamente”, acrescenta Cueni.
Por isso, a federação propõe reservar uma parte da produção de medicamentos e vacinas em tempo real para distribuição a populações prioritárias em países de baixa renda.
Além disso, a organização pede aos governos que se comprometam “a não restringir o comércio e a não proibir as exportações de uma ponta da cadeia de suprimentos para a outra”.
Os industriais da Ifpma também pedem às autoridades que estabeleçam uma rede de centros clínicos em todo o mundo, especificamente identificados para apoiar o rápido desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas.
Por fim, os direitos de propriedade intelectual devem ser respeitados, defende a Ifpma.
Após quase dois anos de negociações, em junho foi permitido na Organização Mundial do Comércio o levantamento temporário das patentes que protegem as vacinas contra a covid-19, ato simbólico muito criticado pela federação.
Fonte: AFP