Desde meados de 2021, as importações brasileiras de produtos químicos têm se consolidado em um novo e alarmante patamar, estabilizando-se, desde maio, na crônica marca dos US$ 8 bilhões, praticamente o dobro do valor médio mensal registrado antes da pandemia da COVID19, que oscilava entre US$ 3 e U$ 4,5 bi. As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, têm permanecido estáveis, em níveis mensais bastante inferiores ao das importações, com vendas médias de US$ 1,5 bilhão, relativas às expedições mensais de 1,2 milhão de toneladas aos países de destino das mercadorias nacionais, somente agora retomando o mesmo patamar das quantidades vendidas em 2017.
No acumulado do ano, até agosto, as compras de produtos químicos vindos do exterior totalizam US$ 55,1 bilhões, expressivo aumento de 52,5% frente ao mesmo período de 2021. As exportações, por sua vez, alcançaram US$ 12,1 bilhões, aumento de 35,3% na comparação com o valor registrado entre janeiro e agosto do ano passado, resultado devido especialmente à elevação dos preços médios, de 34,3%, dos principais produtos químicos exportados pelo País. O déficit na balança comercial de produtos químicos, até agosto, chegou a US$ 43 bilhões, crescimento de consternadores 58,1% em relação ao igual período de 2021, valor, no acumulado em apenas oito meses, praticamente igual ao maior déficit já registrado, de US$ 46,2 bilhões (2021).
Nos últimos 12 meses (setembro de 2021 a agosto de 2022), o déficit comercial atingiu a inédita marca de US$ 62 bilhões, confirmando as projeções da Abiquim de que esse indicador para o ano será recorde e reiterando as urgentes necessidades de medidas de apoio e estímulo produtivo imediatas e de um programa de políticas industriais robusto e com foco em competitividade, dando previsibilidade e segurança jurídica ao investidor.
Para a Diretora de Assuntos de Comércio Exterior e Administrativa da Abiquim, Denise Naranjo, a estabilização das importações de produtos químicos no patamar de US$ 8 bilhões mensais é um indiscutível sinal da relevância estratégica de um programa de Políticas de Estado, sólido e perene, voltado ao fortalecimento da competitividade industrial e ao atingimento das missões setoriais. “Caráter estratégico da produção nacional, abordagem pragmática sobre gás natural, foco em bioprodutos, energias renováveis e em saneamento. Essas são missões setoriais capazes de ampliar a geração de valor e de riqueza para o País, compromissos históricos da indústria química nacional e em um cenário de plena aderência aos princípios ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês). Tais vetores alicerçam a política industrial necessária para a efetivação do grande potencial de o setor químico ser um dos pilares do desenvolvimento sustentável do Brasil em sua transição para uma economia verde e inovadora nos próximos anos”, destaca Denise Naranjo.
Fonte: Abiquim