“Nos EUA, falamos muito sobre o sistema de saúde, mas não saímos do lugar porque não nos preocupamos com o valor do paciente, mas com quem paga o quê”. Esta é a constatação do professor da Harvard Business School, Michael Porter, que há dez anos dedica-se ao estudo de sistemas de saúde, que vem mudando cada vez mais rápido nos últimos anos.
Em visita ao Brasil para participar do encontro “Transforming Healthcare 2012” (ou em português, Transformando a Assistência Médica 2012), realizado pela Philips, Porter defende que, além de uma mudança de modelo no sistema de saúde, é preciso o uso destemido de tecnologias nas instituições do setor.
“Em um mundo de complexa tecnologia, concentrar apenas em diminuição de custos não funciona, temos que pensar no valor entregue ao paciente.” Segundo a tese de Porter, mesmo que, inicialmente, haja um aumento de custos, eles irão diminuir ao longo do processo.
Porém, no cenário brasileiro, o sistema privado não é garantia de qualidade ou uso de tecnologia. Segundo dados da Philips, para cada 1 milhão de habitantes, há 6 equipamentos de ressonância magnética no Brasil. Nos EUA, o número sobe para 30 e no Japão para 40. “Estive em Manaus na semana passada, lá o setor privado também tem carências”, diz Vitor Rocha, vicepresidente da área de saúde da Philips no Brasil. “Faltam equipamentos e profissionais preparados para utilizá-los.” Para o professor Porter, o problema pode ser resolvido facilmente.
“Unir diferentes especialistas em uma unidade comum de atendimento, estabelecer uma comunicação eficiente entre eles e aumentar afiliações com clínicas especializadas pode reformular o modelo de saúde”, explica.
Monitorar regularmente o desempenho da instituição, comparar os dados durante o tempo e traçar estratégias também são soluções simples e adotadas por outros setores que devem ser aplicadas na área da saúde. “Estamos confusos. Em outros setores as direções de crescimento e estratégia parecemmais claras”, avalia o especialista de Harvard.
Fonte: Interfarma.org.br