Farmacêuticas anunciam reestruturação bilionária de negócios

Três gigantes farmacêuticos anunciaram em 22 de abril uma série de acordos, avaliada em US$ 28,5 bilhões, que vai deixar a Novartis mais concentrada em medicamentos para o câncer, a GlaxoSmithKline dedicada a vacinas e a Eli Lilly em saúde animal.

Também foram revelados planos para uma joint venture entre Glaxo e Novartis no segmento de produtos ao consumidor. As transações fazem parte de uma reestruturação da indústria farmacêutica, provocada pela queda de receita dos remédios populares que perderam a proteção de patente. A Pfizer, maior fabricante de medicamentos do mundo, vendeu seu negócio de nutrição infantil para a Nestlé por US$ 11,9 bilhões em 2012 e, no ano passado, separou sua unidade de saúde animal.

A Novartis vai comprar a divisão de medicamentos contra o câncer da Glaxo por até US$ 16 bilhões e vender para a mesma empresa a sua unidade de vacinas, por US$ 7,1 bilhões. Ao mesmo tempo, vai vender o negócio de medicina veterinária para a Eli Lilly por US$ 5,4 bilhões.

É a maior mudança da Novartis desde que o diretor-executivo Joe Jimenez assumiu a empresa, em fevereiro de 2010. Na Glaxo, a aquisição da unidade de vacinas é a maior da gestão CEO Andrew Witty, iniciada em 2008. E a Eli Lilly vai se tornar a segunda maior empresa de saúde animal em receita.

Mais transações podem ocorrer. A Merck & Co. está em negociações para vender sua unidade de saúde pessoal, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. A alemã Bayer e a francesa Sanofi disseram ter interesse no negócio.

“Você tem de ser o número 1, 2 ou 3 em seu segmento”, disse o CEO da Novartis em entrevista à Bloomberg Television. “Isso era tão crítico que conversamos com praticamente todo mundo.”

O preço que a Novartis pagará pela unidade de tratamento de câncer inclui US$ 1,5 bilhão como prêmio pelo cumprimento de certas metas de desenvolvimento. A Novartis vai também tem a opção dos direitos pelos tratamentos de câncer em desenvolvimento.

Com as transações, a Glaxo se ​​afasta do ramo de medicamentos vendidos com prescrição médica e se aproxima dos segmentos de produtos de consumo e de vacinas, que são menos vulneráveis ​​ao ciclo de vida das patentes. A nova joint venture com a Novartis será a segunda maior empresa de cuidados com a saúde em receita, atrás apenas da Johnson & Johnson. A Glaxo também ficará com 29% do mercado global de vacinas.

A Eli Lilly informou que a divisão de saúde animal da Novartis teve receita de cerca de US$ 1,1 bilhão em 2013. A farmacêutica americana vai assumir US$ 2 bilhões em dívidas e pagar o restante em dinheiro. A Eli Lilly espera uma economia anual de US$ 200 milhões a partir do terceiro ano após a conclusão do negócio.

(Bloomberg)

Fonte: valor.com.br

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