A análise pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de produtos médicos importados tem gerado atrasos crescentes na liberação das cargas, segundo a Abraidi (de importadores do setor).
O problema já havia sido notado há pelo menos dois meses em algumas categorias, principalmente na parte de diagnósticos in vitro.
A CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial) e outras entidades atribuem os prazos maiores a uma transição para os novos processos de liberação, idealizados para reduzir a burocracia e agilizar o desembaraço.
Houve um agravamento da situação desde agosto e uma expansão para outros dispositivos, como próteses e stents, segundo Bruno Bezerra, diretor-executivo da Abraidi.
O tempo máximo de petições na fila estava em 23 dias úteis na última terça (11). O número, porém, não considera os processos mais rápidos e mais lentos, só os 90% que estão no meio, diz ele.
“Temos associados com cargas que aguardam análise há 40 dias úteis”, afirma.
“Muitas empresas mantinham um estoque para 13 dias úteis. Isso levou à falta de alguns itens em locais como Bahia, Espírito Santo e Rio.”
Procurada, a Anvisa diz que implementa um deferimento simplificado que deverá ter efeito nas próximas semanas.
“Contudo, principalmente nos produtos para a saúde, temos observado um aumento considerável no número de petições de processos de importação”, diz o órgão.
“Diante disso, a Agência já abriu edital interno para seleção de novos servidores.”
Fonte: Folha de São Paulo