Foi realizada em 26 de novembro, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, a cerimônia de entrega do relatório final do Estudo do Potencial de Diversificação da Indústria Química Brasileira. A abertura do evento contou com a participação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho e do Presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Carlos Fadigas.
Ao todo, o estudo identificou 66 segmentos do setor químico brasileiro com potencial de competitividade. Os maiores destaques ficaram com os segmentos cuja demanda local é crescente, representando forte potencial de atração de investimentos. O estudo também verificou segmentos com produção pouco significativa no mercado brasileiro, mas que podem agregar valor a matérias-primas locais disponíveis, criando oportunidades de investimentos. Outro segmento promissor é o de químicos a partir de fontes renováveis. O estudo destaca que as oportunidades de investimentos nessa área podem gerar para a indústria química um faturamento entre US$ 15 e US$ 35 bilhões até 2030.
Na avaliação do presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Carlos Fadigas, o estudo comprova o grande potencial de crescimento da indústria química, mas representa também um sério desafio. “O momento não é positivo, do ponto de vista de crescimento da economia brasileira, da balança comercial de produtos manufaturados e da balança da indústria química. Temos um déficit de US$ 32 bilhões e uma indústria que roda em taxa de operação entre 75% e 80%, daí porque o momento é de união. Vejo o estudo e este evento como uma oportunidade de estarmos juntos em torno de uma agenda de desenvolvimento da indústria química brasileira. As prioridades colocadas no estudo são desde já encampadas pela Abiquim como prioridade para indústria química e uma agenda a ser desenvolvida no novo governo”, afirmou. Para o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo, a prioridade é concretizar as ações: “Nosso principal objetivo agora é transformar as propostas apresentadas em ações de políticas públicas”.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, mostrou-se otimista com os resultados do estudo que, na opinião dele, indicarão os caminhos para o progresso do setor. “Temos de construir novas oportunidades competitivas, desenvolver novos negócios para que possam se beneficiar com matéria-prima de custo isonômico internacionalmente e competência para desenvolver novas aplicações e produtos, ou ocupar espaços com produtos de valor agregado mais alto em especialidades que, infelizmente, não temos conseguido empreender na escala e na velocidade em que poderemos fazer. Temos diante de nós uma agenda de desafios factíveis, no sentido de capacitação tecnológica e de desenvolvimento. É uma agenda intensiva no engajamento das empresas em atividades permanentes de inovação”, explicou.
O anúncio do financiamento do Estudo do Potencial de Diversificação da Indústria Química Brasileira foi feito pelo BNDES em maio do ano passado. A decisão foi tomada com base nos pleitos do Conselho de Competitividade da Indústria Química e de Plástico e o projeto foi incluído no Plano Brasil Maior, em maio de 2012. A elaboração do trabalho ficou sob a responsabilidade do consórcio formado pelas consultorias Bain & Company e Gás Energy.
A cerimônia de entrega do Estudo de Diversificação contou também com a presença do deputado Vanderlei Siraque (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, Petroquímico e Plástico do Brasil e do deputado Francisco Chagas (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Complexo Industrial da Saúde, além da participação de executivos da indústria química e entidades correlatas.