Sabe aquela cartela de comprimidos que está esquecida —possivelmente até vencida— dentro de uma gaveta na sua casa? Como se desfazer dela?
Se a primeira coisa que vem à cabeça é “lixo”, cuidado. Jogar remédios em lixeiras comuns ou em pias e privadas não é certo. O correto é encontrar um local adequado de descarte, como farmácias que têm posto de coleta.
Não são, porém, todas as farmácias ou unidades básicas de saúde que fazem a coleta. Pelo site Programa Descarte Consciente é possível encontrar locais que cuidam da coleta e destinação adequada ao remédio.
Pílulas e cápsulas
60% da população brasileira lê a bula do remédio, segundo pesquisa publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia
Segundo Éverton Borges, membro do Conselho Federal de Farmácia, o descarte incorreto leva a danos ambientais, como contaminação de água, solo e animais, e gera risco de impacto em populações vulneráveis, como quem trabalha em lixões.
“Temos um consumo exagerado e irracional de medicamentos. Hoje é muito fácil adquiri-los, então há remédios em excesso, sem indicação. Acabamos com muitos medicamentos sobrando em casa”, diz Borges.
Segundo o especialista, a indústria poderia facilitar o fracionamento dos medicamentos, evitando, dessa forma, que pacientes adquirissem embalagens maiores do que o necessário. Ele diz, contudo, que há resistência do setor para que haja a mudança.
Se não podemos jogar no lixo, então não tem problema doar um remédio ainda não vencido, certo?
Não exatamente. Mesmo dentro da validade e sendo doado por pura caridade ou ajuda, a boa ação pode provocar problemas em quem consumir o remédio. Borges diz que medicamentos como pomadas e xaropes vencem pouco tempo após abertos. O modo como a droga é guardada também pode alterar sua ação e eficácia.
Por isso, o melhor é não doar e não aceitar doações de remédios.
Fonte: Folha de São Paulo