O déficit na balança comercial de produtos químicos, nos últimos 12 meses, até outubro, alcançou US$ 26,8 bilhões, valor praticamente idêntico ao déficit registrado em 2011, o qual, naquele ano, foi de US$ 26,5 bilhões. De novembro de 2014 a outubro deste ano, o Brasil importou US$ 40,0 bilhões em produtos químicos e exportou US$ 13,2 bilhões. Em termos de volume, as compras externas totalizaram, no mesmo período, 35,2 milhões de toneladas, ao passo que as exportações foram de 15,5 milhões de toneladas.
Em outubro, especificamente, foram importados US$ 3,5 bilhões em produtos químicos, valor 19,7% inferior ao registrado no mesmo mês de 2014. As exportações, de US$ 1,0 bilhão, caíram 21,9%, na mesma comparação. Frente a setembro deste ano, as importações avançaram 6,9% enquanto as exportações se retraíram em 10,2%.
No acumulado até outubro, as importações somaram US$ 32,7 bilhões e as exportações chegaram a US$ 10,9 bilhões. Em relação ao mesmo período de 2014, as compras externas tiveram um sensível decréscimo de 14,9%, ao passo que, as exportações, de 10,6%. Os intermediários para fertilizantes permaneceram, até outubro, como o principal item da pauta de importações químicas, respondendo por 15,6% do total das importações. De janeiro a outubro, as compras desses produtos somaram US$ 5,1 bilhões, registrando, entretanto, expressiva queda de 18,2% em relação ao valor importado em igual período de 2014.
Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, um balanço preliminar do ano de 2015 mostra que a indústria brasileira, como um todo, passa por um momento bastante delicado, em que a queda de importações decorre de um turbulento cenário econômico nacional e não pode ser traduzida como ganhos de competitividade da indústria doméstica. “Apesar do foco de Governo em ações de fomento a exportações (concentradas no Plano Nacional de Exportações) e de medidas positivas em termos de facilitação de comércio (avanços técnicos no regime de drawback, revisão das etapas do processo brasileiro de exportação, modelagem da fase cumprimento do programa brasileiro de Operador Econômico Autorizado, entre outras), o cenário não é nada favorável, em especial para a indústria química, cujo terceiro trimestre foi um dos piores da última década em termos de produção e de vendas domésticas. Contar com alíquotas de restituição do Reintegra mais condizentes à realidade dos tributos pagos e não recuperados em cadeias produtivas longas, como a química, seria um grande avanço, alavancando o potencial exportador e minimizando os impactos da retração da atividade econômica interna”, destaca Denise.
Fonte: Abiquim