De acordo com projeções da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, até o final do ano deverá ser registrado um déficit comercial em produtos químicos de US$ 23,2 bilhões, revertendo a série dos últimos três anos em que consecutivamente foram verificadas reduções desse indicador (em 2014, de US$ 31,2 bilhões; em 2015, de US$ 25,4 bilhões; e em 2016, de US$ 22,0 bilhões).
De janeiro a outubro deste ano as importações somaram US$ 30,9 bilhões e as exportações chegaram a US$ 11,3 bilhões, respectivamente aumentos de 8,2% e de 13,3% na comparação com igual período de 2016. Como resultado, o déficit na balança comercial de produtos químicos, entre janeiro e outubro, somou US$ 19,6 bilhões, o que representa um crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Até dezembro, as importações deverão totalizar US$ 36,8 bilhões, ao passo que as vendas externas US$ 13,6 bilhões, aumentos respectivamente de 7,6% e de 11,7% em relação ao ano de 2016. Em termos de volumes, por sua vez, deverão ser registradas movimentações de 43,2 milhões de toneladas importadas e de 16,5 milhões de toneladas exportadas, aumentos de 15,2% e de inexpressivos 0,8%, na mesma comparação.
Os intermediários para fertilizantes permaneceram, até outubro, como o principal item da pauta de importações químicas, respondendo por 16,9% do total das importações em valor e por 60,2% das quantidades importadas. De janeiro a outubro, as compras desses produtos somaram US$ 5,2 bilhões, registrando expansão de 23,9% em relação ao valor importado em igual período de 2016.
Para a diretora de assuntos de comércio exterior da Abiquim, Denise Naranjo, os resultados da balança comercial retratam que a tímida recuperação econômica do País não está se traduzindo em ganhos de competitividade para a indústria química brasileira. “A retomada das compras internas, fato que deveria ser motivo de comemoração, é hoje um dos principais vetores de preocupação setorial. Ao mesmo tempo em que estamos confiantes de que o próximo ano deverá ser marcado pela melhora geral do quadro macroeconômico nacional, em linha com os vários prognósticos econômicos para 2018, preocupa ser crescente a apropriação do aumento das quantidades vendidas pelo produto importado, agravando o déficit na balança comercial brasileira de produtos químicos, que deverá ser de US$ 23,2 bilhões em 2017, enquanto se espera recorde do saldo comercial brasileiro neste ano, de US$ 70 bilhões, segundo projeções do próprio Governo”, destaca Denise.
Fonte: Abiquim