Desde que a Polícia Civil de Minas Gerais encontrou uma substância tóxica em amostras da cerveja Belorizontina, da cervejaria Backer, a palavra dietilenoglicol, antes desconhecida, passou a ser motivo de pesquisa, e também de preocupação. Mas que substância é essa que levou uma pessoa à morte e outras 17 ao hospital, entre elas um capixaba?
O dietilenoglicol é um composto produzido dentro da indústria química como anticongelante. A substância é geralmente utilizada em motores de carro, para evitar o congelamento ou a fervura da água do radiador, mas também pode ser usada durante o processo de resfriamento na fabricação de cervejas.
Apesar de não ser proibido, o uso de dietilenoglicol no resfriamento de bebidas não é recomendado justamente porque a substância é altamente tóxica. Com isso, uma falha no processo pode ocasionar contaminação grave, como destaca o engenheiro químico e professor da Universidade de Vila Velha (UVV) Tiago Rohr.
No momento que o dietilenoglicol entra em contato com o corpo, o organismo começa a absorvê-lo. A partir daí, uma série de problemas podem ser desencadeados, principalmente relacionado aos rins, já que na metabolização da substância são gerados cristais que comprometem o trabalho renal.
“No início, a pessoa pode apresentar náuseas, vômitos e dores abdominais. Após o terceiro dia, começam a aparecer os problemas relacionados aos rins, como a diminuição significativa da quantidade de urina produzida, o que pode levar à insuficiência renal. Dependendo do organismo, esse quadro pode acabar evoluindo, apresentando distúrbios neurológicos, paralisia facial, perda de movimentos e até perda da visão”, explica Cavalcanti.
Fonte: A Gazeta Grande Vitórioa