Com a ameaça da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus, causados pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti, os repelentes estão sumindo das prateleiras das drogarias e, quando chegam, já têm até dono. Isso porque muitas farmácias estão fazendo lista de espera para a compra do produto.
É o caso da drogaria Minas Mais. Segundo a atendente Kelly Cristina, os produtos estão sendo vendidos antes mesmo de serem colocados na estante. “Não temos nada no estoque. Estamos com uma lista de espera para o repelente da marca Exposis, que tem até 10 horas de duração. As pessoas têm procurado muito, mas está em falta na cidade toda. Os fabricantes não estão dando conta de produzir. Já temos 15 clientes na lista de espera por esse produto, principalmente de grávidas, e elas sempre pedem mais de um”, conta.
Na Silveira Drogarias, a situação é a mesma, conforme o proprietário Sérgio Veggi. “Dos 90 repelentes que chegaram na quarta-feira, só restou um que uma cliente pediu para guardar, mas não veio buscar. O mais procurado tem sido o Exposis. Fizemos um pedido de mil unidades dele, mas a empresa não tem para entregar. A previsão é que só chegue em fevereiro.” O proprietário afirma que a falta está em todo o país. “Temos 56 filiais espalhadas pelo Brasil. Tentei conseguir repelentes em outras unidades, mas em nenhuma está tendo.”
Grávida de sete meses, Sandra Marotta conseguiu comprar seu repelente em Belo Horizonte. Ela disse que usa nela e na filha de 1 ano. “Estou preocupada com o zika vírus, tomando os cuidados necessários, mas não estou neurótica. Ligo o ar-condicionado para dormir, uso pijama cumprido e de cor clara.”
Conforme o infectologista Túlio Mendes, os repelentes vendidos nas farmácias têm surtido bastante efeito. No entanto, é preciso ter cuidados no seu uso para não gerar intoxicação. “No calor, a pele fica sensível e absorve maior quantidade dos princípios ativos. É preciso ter atenção nas recomendações de uso do fabricante, já que há produtos com maior ou menor concentração desses componentes.”
O médico acrescenta que os horários do amanhecer e entardecer são os que exigem mais o uso do repelente, já que os mosquitos estão mais presentes. As grávidas podem usar sem preocupação, contanto que sigam as recomendações do fabricante. O infectologista ainda recomenda não dormir com o produto no corpo. À noite, o melhor é o uso de repelentes de tomada, mosqueteiros nos berços ou, até mesmo, ventilador.
“O vento dificulta que o mosquito chegue até a pessoa.” Para as pessoas que ainda não conseguiram comprar o produto, a sugestão do médico é que use roupas que protejam os membros. Quanto à cor das roupas, o médico afirma que não influencia no comportamento do mosquito. “Mas a prevenção é a melhor forma de evitar essas doenças. Os cuidados devem ser constantes em casa para evitar água parada e a proliferação do vetor.”
Fonte: Tribuna de Minas