O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) concluiu, recentemente, a produção dos primeiros cristais de insulina humana recombinante desenvolvidos pela equipe do Laboratório de Bioprodutos, vinculada à Divisão de Biotecnologia. Com isso, a unidade adquire capacidade de reproduzir todas as etapas do processo de produção deste importante medicamento para pacientes diabéticos. A fabricação do hormônio por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é fruto de uma parceria para absorção da tecnologia entre o Instituto e a empresa Indar, da Ucrânia.
Desde 2006, Farmanguinhos/Fiocruz vem negociando com a empresa do Leste Europeu. Em 2013, foi formalizada a Parceria para Desenvolvimento de Produto (PDP) entre as duas instituições. Segundo Bárbara Ferreira, que chefia a Divisão de Biotecnologia do instituto da Fiocruz, o objetivo é internalizar a tecnologia de produção deste medicamento, a fim de garantir o abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como gerar economia e autonomia ao país.
Chefe do laboratório de Bioprodutos, o engenheiro químico Fabius Leineweber ressalta que, até chegar aos cristais, foram realizados vários processos, desde a entrega das cepas da bactéria Escherichia coli, até a fermentação e a purificação do produto. “Nesta escala de laboratório foi usada uma fermentação de três litros. Nosso próximo passo é realizar todas as etapas de produção em sequência, processo que ainda não foi feito. Em seguida, pretendemos aumentar nossa escala para 30 litros de fermentação”, explica Fabius.
Durantes esses anos de parcerias, as etapas eram realizadas separadamente. Fabius estima que a reprodução completa de tudo o que foi aprendido, ou seja, de toda a sequência, deverá ser executada no primeiro semestre do ano que vem. Neste ínterim, o Laboratório de Bioprodutos vem prestando serviços para outras unidades da Fiocruz. Apesar de não ser uma plataforma de serviços, o engenheiro químico ressalta que é uma forma de colaborar, por meio da expertise de Bioprodutos, com as demais unidades da Fundação.
A produção nacional de insulina humana foi interrompida em 2001. Desde então, o Brasil depende de importações. O País tem aproximadamente 14 milhões pessoas com diabetes. Cerca de um milhão de pacientes adquire insulina por meio da rede pública de saúde. Portanto, além da assistência à população diabética, a nacionalização da tecnologia deste importante hormônio por Farmanguinhos possibilitará autonomia ao Brasil na produção e distribuição do medicamento.
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Fonte: Pfarma