“O Estado tem o desafio de estimular o desenvolvimento e isso representa gerar empregos de qualidade, inovar e aumentar a produtividade. Para isso há um caminho, o da indústria, e os caminhos de apoio, mais indústria, e se tiver dúvidas, aposte na indústria”, afirmou Luiz Marinho “, ministro do Trabalho e Emprego, na abertura do painel ‘Desenvolvimento Econômico e Geração de Empregos’.
Segundo o ministro Marinho, a indústria tem um papel importante para aumentar a massa salarial e a renda dos trabalhadores. “O Brasil é um grande ator mundial na indústria química, mas a desindustrialização vem quebrando sua capacidade de promover desenvolvimento e é preciso trabalhar para reverter isso.”
Para André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, a solução está em melhorar a competitividade da indústria química brasileira, para que possa gerar mais empregos. “Precisamos primeiro equacionar a cadeia de suprimentos e isso abrirá uma grande janela para investimento, que pode reverter um quadro preocupante. Nos últimos 10 anos, perdemos, acumuladamente, 7% dos empregos diretos ligados à produção química no Brasil”, disse Passos.
Para Geralcino Teixeira, presidente da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNQ-CUT), há a necessidade de criar um modelo que assegure emprego e qualidade de vida aos trabalhadores do setor químico. “É uma insanidade chegar a um grupo de mil trabalhadores e dizer que eles serão demitidos por falta de insumo para produzir”, afirmou Teixeira.
Economia circular
Além de estimular a geração de empregos qualificados, a indústria química tem trabalhado para construir uma economia circular no lugar da linear. “Iniciamos uma forte colaboração com os trabalhadores que reciclam material, como os plásticos, que geram 60% da renda de catadores e catadoras”, afirmou Passos. “Há muito ainda a avançar, porque esse é um espaço de geração de empregos que deve ser cada vez mais formalizado e bem remunerado, para dar dignidade a essa ponta da cadeia.”
“O Brasil tem 1 milhão de catadores e catadoras de materiais recicláveis. Mas é inacreditável que chegamos a 2024 sem ter ainda o reconhecimento dessa categoria”, afirmou Anderson Nassif, gerente da Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat). Segundo Nassif, 90% das embalagens pós-consumo passa pelas mãos dos catadores e parte retorna para a indústria para se tornar novos produtos. “É difícil ter que defender constantemente a valorização desse trabalhador, que a duras penas consegue alcançar um salário-mínimo e ainda paga 35% de impostos. Precisamos repensar todo o sistema, porque essa é uma categoria importante para a economia circular, mas ainda invisível para a sociedade.”
Fonte: Abiquim