Você já se imaginou morando em uma casa sustentável? A Fuplastic, empresa especializada em soluções sustentáveis para a indústria da construção, criou tijolos feitos exclusivamente de plástico reciclado, que podem ser usados em construções permanentes.
De acordo com Bruno Frederico, CEO da Fuplastic e idealizador do projeto, cada 50m² de construção utilizando os tijolos da empresa é capaz de retirar aproximadamente 2,5 toneladas de plástico do meio ambiente. Além disso, esses blocos permitem erguer residências de forma mais simples e ágil, pois são projetados para encaixe, eliminando a necessidade de argamassa.
Os tijolos verdes são produzidos principalmente a partir de polipropileno, podendo ser misturados com polietileno, em um processo de injeção plástica. Essa técnica de fabricação não apenas proporciona uma solução para o descarte de resíduos plásticos, mas também resulta em um produto durável.
“Nós transformamos o que poderia ser lixo em produto, que seria os blocos sustentáveis, e cada bloco a gente ressignifica meio quilo de plástico, então de cada bloco tem 500 gramas. Com os projetos como o aviário, você tira 15 toneladas, em um contêiner você tira uma tonelada, uma tonelada e meia, em uma casa duas toneladas e meia. Então isso replicando em volume a gente faz praticamente uma boa ressignificação do lixo, transformando em produto”, destaca o CEO.
Bruno iniciou o projeto em 2016 e fundou a empresa em 2017, com uma visão de criar um produto que não apenas fosse ambientalmente responsável, mas também eficaz em termos de desempenho estrutural. Desde então, a Fuplastic tem trabalhado para aprimorar sua tecnologia e expandir sua produção, com o objetivo de ressignificar mais de 6 milhões de quilos de plástico somente neste ano.
A motivação por trás desse empreendimento sustentável, segundo Bruno, surgiu da necessidade de encontrar alternativas ambientalmente amigáveis na construção civil. Ao utilizar plástico reciclado em vez de materiais tradicionais como o concreto, a empresa não apenas evita a poluição ambiental, mas também promove a utilização responsável dos recursos naturais.
Além disso, os tijolos sustentáveis oferecem vantagens adicionais, como a redução do calor transmitido para o interior das construções. Com seus furos estratégicos, esses tijolos permitem uma melhor ventilação, impedindo a acumulação excessiva de calor, o que os torna ideais para climas quentes.
Em termos de aplicação, os tijolos verdes têm sido utilizados em uma variedade de projetos, desde residências até estruturas temporárias. Com um processo de construção rápido, essas construções são uma opção acessível e ecologicamente correta para aqueles que buscam uma moradia sustentável.
“Nós fizemos um projeto agora na Cidade do Futuro [festival que apresenta ideias sustentáveis e inovadoras na construção civil], que era uma casa de cerca de 50m². Subimos ela em um dia e a entregamos em três dias. Começamos em um sexta-feira, na segunda-feira estava pronta e na terça já estava na exposição no Centro da cidade. Quando se usa esses tijolos sustentáveis é possível entregar o projeto de forma fácil e rápida”, explica o CEO.
A Fuplastic também está envolvida com iniciativas sociais, como sua parceria com a ONG Teto Brasil, que trabalha com a construção de moradias e projetos de infraestrutura nas favelas mais precárias do País. A empresa fornece blocos de forma não lucrativa para projetos da ONG, permitindo a construção de moradias acessíveis em comunidades carentes.
“Eu forneço os blocos sem lucratividade nenhuma, a gente só custeia ele, eu pego o custo dele e transfiro para eles. Eles têm que comprar madeira, acabam comprando o bloco e o sistema construtivo pelo custo de fabricação. Eles compram muito mais barato do que seria o valor de mercado e virou um método construtivo”, destaca Bruno.
A visão de Bruno sobre o uso de plástico reciclado na construção eco-friendly é otimista. Ele destaca que este movimento já está ganhando força no mercado, com grandes empresas e marcas reconhecendo a importância da logística reversa e da responsabilidade ambiental. “Acho que é uma tendência e que precisamos ter a consciência que o futuro do planeta está em nossas mãos, então todo mundo deveria olhar para isso. Se todo mundo fizesse um pouco, o planeta estaria cada vez melhor, então temos que estar cada vez mais próximos de empresas que fazem isso e que abraçam essa causa”, finaliza ele.
Fonte: Terra