O Ministério da Saúde barrou mais da metade dos pedidos de incorporação de novos medicamentos ao SUS, segundo um levantamento da Interfarma (da indústria farmacêutica de pesquisa).
Entre 2012 e março de 2015, dos 168 remédios avaliados, 55,4% foram rejeitados e 44,6% incluídos na rede pública, como drogas para tratar o tratamento de tumores e doenças infecciosas.
A maior parte dos pedidos negados (77,4%) foi feita por associações de pacientes e a indústria farmacêutica.
“Incorporar novas tecnologias significa gastar mais. Sem dinheiro, o governo tem incluído o que ele mesmo pede”, diz Antônio Britto, presidente da Interfarma.
Dos 75 remédios aprovados nos últimos três anos, 49 foram solicitados pelo próprio governo, segundo a entidade. Desses, apenas dez têm até cinco anos de mercado.
“Quanto mais tempo tem um medicamento, mais barato fica inclui-lo na rede.”
Os remédios são avaliados pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao SUS), órgão ligado à pasta da saúde.
Procurado, o Ministério informou por nota que “exige estudos que comprovem a eficácia clínica” e a viabilidade do custo para aprovar os medicamentos.
O órgão disse que não qualifica um remédio apenas pelo seu tempo de mercado. “Já incluímos 114 medicamentos e procedimentos ao SUS.”
“A comissão organizou o sistema. O que falta é orçamento para inibir outro problema: a judicialização da saúde”, finaliza Britto.
Fonte: Interfarma