Ao passo que surgem novas tecnologias de informação e comunicação (TICs), especialistas, pesquisadores e entusiastas discutem qual será essa nova revolução. Quem tem seguido as tendências tecnológicas e digitais já sabe que é o metaverso.
Com o domínio da internet e criação de avatares animados, é possível fazer todo tipo de interatividade em ambientes virtuais personalizados, seja utilizando o metaverso ou inteligência artificial.
No passado, toda vez que uma tecnologia atingia esse nível de estabilidade, outra nova tecnologia chega para substituí-la (exemplos: Fita Cassete -> CD, CD -> DVD, DVD -> Blu-Ray e assim por diante), e a pergunta que surge é: o que vem para substituir a internet? Vamos continuar usando uma rede mundial que transfere dados por cabos submarinos intercontinentais e até satélites sub-orbitais (Starlink), mas que tal se a mudança vier na forma como experimentamos essa internet?
O metaverso é esta nova forma. Um ambiente virtual imersivo onde as pessoas se conectam para fazer atividades em seu dia a dia: trabalhar, se reunir, participar de eventos, conhecer pessoas, criar novos produtos.
Muitas pessoas ainda acham que o metaverso é exclusivo do mercado de games, quando na verdade já existem aplicações nos mais diversos segmentos: financeiro, imobiliário, eventos, educação e incluindo a indústria farmacêutica.
O mercado farmacêutico deve crescer aproximadamente 10% em 2023, de acordo com dados da pesquisa “Benchmarking de Expectativas da Indústria Farmacêutica 2022-2023” apresentados no Fórum Expectativas 2023, realizado pelo Sindusfarma em junho, é indispensável que o setor esteja alinhado às tendências tecnológicas.
De olho nos impactos do metaverso na área da saúde, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) convidou o especialista em negócios digitais, novas tecnologias, Metaverso e professor de MBA da FGV, Kenneth Corrêa, para o Workshop “A indústria Farmacêutica e o Metaverso na prática”.
O encontro, que aconteceu no dia primeiro de dezembro, tratou de apresentar os conceitos e as possíveis estratégias envolvendo o Metaverso e sua utilização nas empresas, além de proporcionar uma experiência imersiva aos participantes do workshop.
“Neste encontro apresentei várias atuais aplicações e de que forma empresas dos mais variados segmentos estão utilizando o metaverso para: treinar seus representantes, apresentar novos produtos a médicos e profissionais de saúde, realizar congressos e eventos técnicos, criar ambientes de educação para seus consumidores, entre outras possibilidades. E aproveitei para proporcionar uma experiência imersiva com o uso de um óculos de realidade virtual, o Meta Quest 2, que é o óculos que utilizo em minhas experiências com a ferramenta”, explica, então, Kenneth.
A experiência permitiu aos participantes viver uma experiência customizada, com exemplos de aplicações destinadas ao uso médico, hospitalar e clínico existentes no ambiente imersivo.
Esta tendência do metaverso na indústria farmacêutica vem sendo observada com atenção pelos gestores e atuantes na área, e não seria diferente com a Sindusfarma.
Para a entidade, o objetivo é empoderar profissionais da indústria farmacêutica a criar experiências em ambiente de Metaverso.
Além disso, é importante considerar os números relacionados à tecnologia.
De acordo com os dados da Boston Consulting Group (BCG), o metaverso deve movimentar cerca de U$ 400 bilhões até 2025 e de acordo com o relatório da empresa de consultoria em tecnologia, Gartner até 2026, 25% das pessoas passarão pelo menos uma hora por dia no metaverso para trabalho, compras, educação, social e/ou entretenimento. Em escala mundial, a instituição estima que até 2026, 30% das organizações do mundo terão produtos e serviços prontos para o metaverso.
Neste sentido, para Kenneth nunca custou tão caro chegar por último. “As empresas não podem demorar para entender o Metaverso ao mesmo tempo que levaram para perceber que deveriam estar investindo no e-commerce e na transformação digital. A velocidade das transformações é cada vez mais alta. Portanto, quem desejar estar à frente, protagonizar a curva de tecnologia, tem que ser um dos primeiros a chegar”, concluiu.
Considerando, portanto, que a nova geração tecnológica tem como principal foco o ser humano, seu bem-estar e as experiências de compra, o especialista Kenneth Corrêa recomenda alguns caminhos para que as marcas do segmento possam aproveitar, desde já, as possibilidades do metaverso.
Fonte: diretor de Estratégia da 80 20 Marketing e especialista em negócios digitais, novas tecnologias, marketing, inteligência competitiva e Metaverso, Kenneth Corrêa.