Com frequência, ouvem-se expressões como “lavar os cabelos com shampoo sem química”, “limpar a casa sem produtos químicos” ou “fazer tratamentos de beleza sem química”. A química, que aparece como sinônimo de toxicidade em muitos anúncios, está mais presente na vida das pessoas do que se imagina, trazendo benefícios, como no tratamento da água.
De acordo com o coordenador da Comissão de Saneamento e Tratamento de Água da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), José Eduardo Gobbi, a indústria química está totalmente apta para servir o mercado de tratamento de água com produtos de alta qualidade, que atendem as normas internacionais e brasileiras, como a ABNT NBR 15784, incorporada pela Lei, que estabelece os requisitos para o controle de qualidade dos produtos químicos utilizados em sistemas de tratamento de água para consumo humano e os limites das impurezas nas dosagens máximas de uso indicadas pelo fornecedor do produto, de forma a não causar prejuízo à saúde humana.
Segundo Mercedino Carneiro Filho, químico do Departamento de Qualificação e Inspeção de Materiais e Equipamentos da Sabesp, empresa responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos de 364 municípios do Estado de São Paulo, em média, a empresa utiliza em torno de 12 mil toneladas de produtos químicos por mês somente nos processos de tratamento de água da região metropolitana. O consumo total em todas as cidades onde a Sabesp opera no Estado de São Paulo é de aproximadamente 22 mil toneladas por mês.
O cloro é até hoje um dos mais conhecidos produtos químicos usados no tratamento da água. A Portaria No 2.914 de 2011 determina que a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5 mg/L. O diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), Martim Afonso Penna, explica que nessa concentração o produto não é prejudicial à saúde. “A filtração da água e a adição de cloro para desinfecção foi considerada uma das cem maiores contribuições da humanidade para o milênio que se encerrou”, lembra Penna. Apenas nos municípios onde a Sabesp opera, no Estado de São Paulo, o consumo de cloro para tratamento de água é de aproximadamente 1,3 mil toneladas por mês e, de hipoclorito de sódio, em torno de 2,3 mil toneladas por mês (Sabesp, 2015).
“Os produtos químicos são absolutamente essenciais para garantir a qualidade da água, para que ela seja considerada potável”, afirma o diretor-médico do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP (Ceatox), médico assistente do Instituto da Criança e assessor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Anthony Wong.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma das maiores fontes de doenças do mundo é a água poluída. A cólera, diarreia, doenças gastrointestinais, hepatite A, verminoses, dermatites e esquistossomose, são doenças típicas de locais que não têm saneamento ou água tratada. “Uma das formas mais importantes dos governantes reduzirem os gastos com saúde é investindo em saneamento”, alerta o presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.
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Fonte: Abiquim