O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 4,4 bilhões nos dois primeiros meses do ano. O valor representa queda de consideráveis 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado, que havia sido de US$ 4,9 bilhões. No primeiro bimestre de 2020, as importações de produtos químicos totalizaram US$ 6,3 bilhões, recuando de 9,1% em relação ao mesmo período de 2019, mas ainda em um patamar superior à média dos demais anos anteriores. Já as exportações, de US$ 1,9 bilhão, apresentaram redução de 5,8% na mesma comparação, indicador que somente não teve um resultado pior devido ao aumento de expressivos 24,8% no volume exportado particularmente concentrado em alumina calcinada e em outros produtos inorgânicos, que somados representam praticamente 70% de todas as quantidades físicas exportadas.
Especificamente no mês de fevereiro, as importações de produtos químicos foram de US$ 2,9 bilhões, uma diminuição de 12,6% em relação ao mesmo mês no ano passado e de 13,1% na comparação com janeiro de 2020. Já as exportações, de US$ 884 milhões, apontaram uma diminuição respectivamente de 8% e de 9,6% em iguais comparações.
Em bases anualizadas, o déficit em produtos químicos somou US$ 31,3 bilhões nos últimos 12 meses (março de 2019 a fevereiro de 2020) e já começa a receber os primeiros impactos do novo patamar da corrente de comércio no contexto do agravamento dos impactos da pandemia da COVID19 (corona vírus), das fortes oscilações cambiais e das seguidas revisões para baixo da perspectiva do desempenho da economia brasileira e mundial em 2020.
Para a diretora de assuntos de comércio exterior da Abiquim, Denise Naranjo, o momento pede cautela quanto às projeções dos resultados dos próximos meses e ganham prioridade máximas as ações que garantam as operações industriais, portuárias e aduaneiras em favor da sociedade. “São indiscutíveis e inevitáveis os impactos da pandemia da COVID19 na balança comercial de produtos químicos ao longo do ano, como já começaram a ser sentidos no primeiro bimestre. De todo o modo, o que é primordial agora é o engajamento de toda a indústria em um diálogo aberto com os governos federal, estaduais, municipais e com outras Entidades de classe para a adoção de medidas que garantam a operação da indústria, incluindo o deslocamento dos trabalhadores essenciais para o funcionamento das plantas industriais e das operações junto às autoridades portuárias e demais operadores logísticos da cadeia produtiva”, destaca Denise.
Segundo o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, o setor químico é estratégico na garantia de abastecimento, no enfrentamento da pandemia e na minimização dos seus graves reflexos sociais e econômicos. “Reiteramos o compromisso do setor em apoiar e abastecer o País como fornecedores dos insumos básicos indispensáveis e fundamentais para o enfrentamento da crise. Nosso foco primordial é a preservação do bem-estar da população e a fabricação de insumos essenciais à saúde para evitar o desabastecimento do mercado. É por isso que estamos pleiteando ao Governo que os setores químico e petroquímico sejam explicitamente incluídos no Decreto 10.282 de 20 de março de 2020 como setores essenciais para o combate à Pandemia COVID-19”, esclarece Ciro.
Fonte: Abiquim