Os preços de medicamentos e planos de saúde subiram acima da inflação em 2016 e estão entre os índices que tiveram maior impacto no Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), que encerrou o ano passado em 6,29%,
segundo divulgou nesta quarta-feira (11) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os preços relativos a saúde e cuidados pessoais registraram a maior alta entre todos os grupos de despesas analisados para o cálculo desse indicador. De 9,23% em 2015, a variação passou para 11,04% em 2016, superando a
inflação da educação (8,86%) e de alimentos e bebidas (8,62%).
A inflação da saúde e cuidados pessoais foi puxada principalmente pelo reajuste dos planos de saúde, que chegou a 13,55% – a maior taxa desde 1997 – e pelos remédios, que ficaram 12,5% mais caros, a taxa mais elevada desde 2000.
Os números acompanham uma tendência de alta que vinha também em 2015, quando os dois itens também estiveram entre os que mais pressionaram a inflação. No período, os remédios também registraram alta, no caso de 6,89%, e os planos de saúde tiveram aumento de 12,15%.
“Os medicamentos também tiveram aumento maior do que o concedido pela câmara e maior do que no ano anterior. Esse ano, além do reajuste ter sido maior, o ICMS sobre o preço dos remédios em vários estados também provocou um reajuste maior que o esperado”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE.
A pesquisadora do IBGE não acredita que os aumentos acima da média entre os planos e remédios tenham pesado somente nos bolsos dos aposentados e idosos, grupo que utiliza muito os serviços médicos e costuma comprar mais medicamentos do que a média da população.
“A inflação é perversa para todos. No período de inflação, todo mundo perde. Tanto o idoso como o jovem, o estudante. Até porque tivemos também uma indexação forte nos colégios. Não dá para afirmar que foi pior para este ou aquele. A inflação é um mal do país”, disse Eulina.
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Fonte: G1