Setor de resinas plásticas deve crescer perto de 5% ao ano a partir de 2025

O mercado de resinas plásticas como a resina epóxi e a resina poliuretano, que são amplamente usadas em diversos segmentos de mercado, como adesivos, revestimentos para construção civil, eletroeletrônicos, tintas para manutenção industrial e etiquetas, por exemplo, deve crescer em torno de 5% ao ano entre 2025 e 2028 em termos dolarizados. É o que aponta uma projeção realizada pela Redirection International, assessoria especializada em fusões & aquisições (M&A), com base nos dados oficiais do setor e uma análise sobre o consenso do mercado previsto para os próximos anos.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Indústria Química (Abiquim), a produção industrial do setor mais amplo de produtos químicos de uso industrial como um todo recuou 10,1% no ano passado em relação a 2022, e as exportações caíram 10,9%. Por outro lado, as importações tiveram um aumento de 7,8%, principalmente de produtos de origem asiática, em meio a uma concorrência intensa dos produtos nacionais que está tendo impacto no mercado. Ainda assim, a indústria química brasileira segue como a 6ª maior do mundo e responde por 11% do PIB Industrial, segundo a Abiquim.

“Apesar de observarmos uma certa estagnação em alguns dos mercados consumidores e oscilações de preço e ociosidade da indústria, há uma tendência de retomada do setor de resina epóxi e poliuretano para os próximos anos, impulsionada em parte pela construção civil e saneamento, com uma demanda maior por plásticos reciclados e embalagens, bem como pelos fatores macroeconômicos como a estimativa de melhoria nos índices de consumo das famílias no Brasil”, destaca Gabriel Loest Cardoso, sócio da Redirection International e um dos responsáveis pelo estudo.

Ele lembra que outro ponto positivo para o setor vem da vertical de distribuição, que teve aumento de 13% em 2023 em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas Plásticas e Afins (ADIRPLAST). “Um dos destaques é o crescimento significativo nas vendas de resinas commodities, como polietileno (PE), polipropileno (PP) e poliestireno (PS), estimulado pelos programas de inventivo à construção civil, pela indústria automobilística e distribuição de energia. Além disso, o aumento das importações indica que mais players globais estão atuando no país, o que pode representar mudanças importantes na dinâmica do mercado”, afirma Gabriel Loest Cardoso.

Um dos impactos que essas mudanças podem trazer está relacionada à formação de grupos regionais, sobretudo a partir de transações de fusões e aquisições. Além de grandes empresas nacionais como a Braskem, por exemplo, grupos internacionais como SIKA, Covestro e Saint-Gobain estão bastante ativos no Brasil e buscando ampliar suas fatias de mercado por meio de M&A. Uma das transações recentes foi a aquisição da Polipox e da Pulvitec pela multinacional francesa Soprema Group em abril de 2024, na qual a Redirection International foi assessora financeira da Polipox.

“As aquisições que vimos nos últimos anos destacam os esforços estratégicos contínuos dessas empresas globais para fortalecer sua presença nos crescentes mercados brasileiros de produtos químicos, resinas e materiais de construção, incluindo produtos epóxi e poliuretano. A atividade de M&A na indústria brasileira de resinas é impulsionada principalmente pela busca de escala, posicionamento geográfico, diversificação e avanço tecnológico. As empresas buscam consolidar suas posições adquirindo concorrentes e ampliando seus portfólios de produtos, o que lhes permite oferecer uma gama mais ampla de soluções aos seus clientes”, destaca Gabriel Loest Cardoso.

De acordo com o levantamento feito pela Redirection International, no setor mais abrangente de produtos químicos e farmacêuticos, entre 2022 e 2023 foram registradas 75 transações de M&A. Os dados são com base nas operações anunciadas ao mercado e demonstram que ainda há bastante espaço para o crescimento de M&A no setor. Um dos motivos é a fragmentação do mercado, principalmente na indústria de adesivos e selantes que tem mais de dois terços do setor formado por pequenas e médias empresas.

Além disso, no mercado de ‘small cap’, as empresas estão cada vez mais focadas em nichos de mercado, oferecendo produtos altamente específicos, protegidos por direitos de propriedade intelectual, química sob medida e altos níveis de serviço. Os resultados são taxas de retorno maiores, tornando essas empresas alvos de aquisição altamente atraentes, aponta o estudo.

Fonte: Clube da Embalagem

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