O setor de cosméticos atravessa um momento de profunda transformação. Nos últimos anos, sustentabilidade e inclusão emergiram como temas centrais na estratégia das marcas – não apenas como resposta às demandas dos consumidores, mas também como reflexo de novos valores sociais. O que antes era visto como diferencial competitivo tornou-se uma exigência do mercado.
Uma pesquisa sobre cosméticos e influenciadores confirma essa tendência. Em 2023, marcas criadas por influenciadores, como Boca Rosa e Sallve, conquistaram destaque ao oferecerem qualidade equivalente a produtos importados, porém com identidade local e preços acessíveis. O sucesso dessas marcas no Brasil está ligado à sua capacidade de dialogar com públicos diversos, promovendo inclusão e celebrando a variedade de tons de pele, tipos de cabelo e características individuais. Essa mudança vai além dos produtos: impacta também a comunicação das marcas, que passam a priorizar representações mais diversas em suas campanhas.
A valorização dos produtos de skincare e sustentabilidade
A pesquisa revela ainda outro dado significativo: a crescente valorização de produtos de skincare, como protetores solares e hidratantes. Essa tendência reflete um público cada vez mais preocupado com autocuidado e bem-estar, além de consciente sobre o impacto ambiental de seu consumo. Nesse cenário, a busca por ingredientes naturais, embalagens recicláveis e processos de produção éticos tornou-se fundamental.
Marcas internacionais também lideram iniciativas inspiradoras. A Rare Beauty, de Selena Gomez, por exemplo, alia acessibilidade a causas sociais, direcionando parte dos lucros para apoiar a saúde mental. No Brasil, observamos iniciativas similares em marcas que, além da promoção da diversidade, investem em produção sustentável e apoio a comunidades locais. Há também destaque para a influência das tendências globais no mercado nacional, exemplificada pela popularização dos produtos da Rhode, de Hailey Bieber, adaptados ao público brasileiro por influenciadoras locais.
Perspectivas para o futuro até 2025
E quanto ao futuro? Até 2025, é possível prever que a sustentabilidade evoluirá de tendência para padrão, com avanços em tecnologias verdes e maior transparência nas cadeias produtivas. Marcas que não priorizarem práticas éticas e inclusivas poderão enfrentar – e já estão enfrentando -dificuldades para manter sua relevância em um mercado cada vez mais exigente, principalmente no Brasil. A parceria entre marcas e influenciadores deve se intensificar, com criadores de conteúdo atuando não só como divulgadores, mas como cocriadores de produtos alinhados às expectativas de seu público.
O papel do consumidor nessa transformação é crucial. Escolhas individuais, fundamentadas em informações sobre práticas sustentáveis e inclusivas, continuam moldando o futuro da indústria. Ferramentas digitais, como redes sociais e plataformas de avaliação, amplificam vozes e possibilitam que consumidores influenciem as marcas a adotarem melhores práticas.
Emerge desse cenário uma indústria cosmética que se torna não apenas mais verde, mas também mais humana. Se as previsões para 2025 se confirmarem, a beleza irá ultrapassar o aspecto estético, refletindo valores éticos e sociais compartilhados. Não há mais espaço para erros. As marcas que souberem interpretar e se adaptar a essa nova realidade conquistarão não só o reconhecimento do mercado e sua audiência, mas também gerarão um impacto positivo na sociedade.
Fonte: ecommercebrasil.com.br