De acordo com dados preliminares de janeiro de 2014, divulgados pela Equipe de Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o índice de vendas internas de produtos químicos de uso industrial teve alta expressiva de 16,17% em janeiro, sobre dezembro, além de ter ficado 2,05% acima de janeiro de 2013. Com essa alta, o nível de vendas internas no primeiro mês deste ano foi o maior registrado para um mês de janeiro nos últimos sete anos.
O Consumo Aparente Nacional (CAN) – importante medida da demanda nacional por produtos químicos – específico do primeiro mês do ano, registrou elevação de 9,0% sobre o mesmo mês do ano passado, com destaque para o volume importado, que subiu 37,8% em janeiro de 2014 sobre igual mês de 2013. Quanto ao índice de produção, teve queda de 1,84% em relação ao mês anterior.
Dados consolidados do ano passado confirmam crescimento robusto do CAN. Em 2013, a variável registrou alta de 7,1%, na comparação com o ano anterior. As expectativas, também para o ano passado, são de que o PIB deve ter crescido cerca de 2%. Caso essa informação se confirme, a elasticidade da demanda por produtos químicos, em relação ao PIB, terá sido superior a três, o que pode ser considerado um índice altamente positivo. No entanto, como a produção não teve o mesmo desempenho, mais uma vez, foram as importações que mais se beneficiaram da melhora da demanda nacional. O volume importado subiu quase 18% no ano passado, apesar da desvalorização do real em relação ao dólar. Na comparação com 2012, a produção subiu 1,60%, as exportações caíram 7,9% e o volume importado teve crescimento de 17,6% no ano passado. Na opinião da diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, “além de perder espaço para os importados, gerando emprego e riqueza fora do País, o segmento também não tem
conseguido elevar suas exportações, o que é mais uma prova da perda de dinamismo e da falta de competitividade”.
Quanto à capacidade instalada, a taxa média de ocupação de todo o ano passado ficou em 82%, um ponto acima da verificada em 2012. A ociosidade, de quase 20% desde 2008, preocupa, pois as plantas deveriam operar entre 87 e 90%.
Devido à atipicidade da produção da indústria química de agosto a outubro de 2013, em decorrência do apagão de energia no Nordeste e da parada programada para manutenção no polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, os efeitos da desoneração de PIS/Cofins sobre a compra de matérias-primas, que entrou em vigor em meados de 2013, ainda não puderam ser mensurados. Entretanto, a Abiquim espera que a medida traga algum alívio na pressão que o setor vem sofrendo em relação à falta de competitividade e que ajude a elevar o nível de utilização das atuais plantas nos próximos meses. Além disso, o segmento ainda carece de alguma solução para a questão do preço do gás natural utilizado como matéria-prima, que não tem substituto viável, bem como a tarifa da energia elétrica. Nesse último caso, o setor tem sofrido também com a falta de segurança no fornecimento e com os efeitos danosos dos apagões. Adiciona-se, mais no período recente, alguma preocupação também com o excesso de calor e os riscos de novos apagões por conta d
o menor nível dos reservatórios de água. “Apesar dessa situação, de um modo geral, as perspectivas são positivas, especialmente porque nos últimos anos as taxas de crescimento do CAN demonstram as oportunidades existentes no País para a indústria química e a importância da preservação de tão importante segmento”, declara Fátima.
Fonte: Abiquim